segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vende a mãe, mas não entrega

Esse tipo de negócio sempre aparece no Flamengo. Em momentos decisivos, especialmente. Agora é o vice de marketing. Vice a que nos acostumamos fica ali perto da Quinta e quase nunca dá trabalho, mas até nisso o Flamengo inventa.
O tal Brandão, vice de marketing, troca o azul dourado daquele pano que não é o Manto pela melancia no pescoço que mira contra o Michael. Está no Lance:

"Será que o Michael também se confundiria se estivéssemos com a camisa branca?"

Ô Brandão, seguinte:

Não sei se já era nascido, mas nem precisava, pois há muito, bem antes da internet, existe um troço chamado livro, que serve para que não banquemos o Dunga de Macedo e fiquemos dispensados de recuar no tempo, pegar uns cipós pra Bahia, plantar na praia de Porto Seguro à espera de Cabral.
Fomos Campeões do Mundo em 81 com o Manto Branco, numa época em que o modo como ganha a vida nem sequer era necessário e o futebol ainda um ramo da cultura popular, não um "produto".
Por que não facilita as coisas e dá o exemplo de megalomania autista de que marqueteiros, publicitários e artigos conexos estão sempre imbuídos?
Os corinthianos acreditam em Juca Kfouri e Washington Olivetto, também em história do boitatá, vovô viu a uva e a Libertadores que havia no caminho, mas no meio do caminho já não havia mais Drummond, que já viera, escrevera, transformara-se em Drummond ali, em Copacabana, na Conselheiro Lafayete. Isso, pra dizer, como o folclore provinciano aumenta à custa da ilusão bandeirante.
Brandão, meu irmão, você não é o Câmara Cascudo: basta vender o pano azul dourado e ver se aquilo ao menos serve pra render algum.

Vai lá que tão te chamando.

SRN





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