sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pátria Jabulani



Ouvi outro dia um desses engradados:

"Então, não vamos nos divertir na África?"

Ao que o outro, túrgido:

"Não, creio que não."

Um diálogo que sabe a um tipo de progressista, aquele no campo não de futebol, mas de uma pelada estética, capaz de tornar a vida menos monótona. Uma pelada jogada sem a jabulani e sem aceitar, ao final, convite pro churrasco na laje, muito menos piquenique na Quinta. Um futebol , um progressismo, seja lá o que for, que dispensa a aproximação e pode, por isso, ser praticado no ar condicionado.

Os jabulanis que preferem o resultado, na verdade, é que estão certos. Esse papo de saudosismo de uma 82 que não ganhou nada desconhece o investimento produtivo, o fluxo de renda indispensável à aquisição de fatores da bola, como a CBF, Teixeira, Havelanges, Dungas de Macedo, Rinaldis - a lista é grande. Aliás, só existe a lista. O que não existe - e estejam certo os que nunca os viram - foram Zico, Sócrates, Rivelino, Falcão, Leandro, Junior, Marinho Bruxa, Geraldo, Paulo Cesar Caju.

Compreendam.

Nos anos 70 só havia doidão e ao camarada pancado, lá na varandinha do Alto, nada restava senão a viagem deste tipo de visão, embalado a Led Zeppelin.

Tá tranquilo, jabulanis.

P.S. Antes de fechar este postagem, Tadeu dos Santos, o responsável pela qualidade literária deste blog, me manda um e-mail dizendo o seguinte:

"Leio no Globo.com que o goleiro Julio Cesar disse que a bola da copa é horrorosa. Se à ela (a bola) fosse dado dom da fala, ela diria que a recíproca é verdadeira. Penso que a bola, feminina como ela só, gosta de carícias e, sobretudo, de quem as saiba fazer. Vejo Josué, Julio Baptista, Elano, Gilberto Silva, Ramirez, Felippe mello e os demais, e antevejo um longo jejum. Pobre bola!"








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