".. a barca se aninha na Baía, impele-se sobre o seu leito, que a embala. Vem a vontade de mergulhar, atirar-me àquela água podre, mas bonita. Tomo mais um gole, curtindo a paz quente, observando as correntes do passadiço a me obstarem o mergulho redentor. Estamos chegando na Praça XV, mas o que enxergo é o Mississipi, aquela excursão em 78, aproveitando que Pelé tentava o futebol naquela merda, fazendas de cultivo de algodão, lamentos nostálgicos de negras perfeitas, da beleza da mãe da minha filha. Um blues de John Lee Hooker , ou Round Midnight, de Miles davis, começa a tocar na minha cabeça e me sinto transportado na mesma barca, que parece buscar uma imagem que desconheço e recordar a semelhança das embarcações. É que dizem que a barca que me leva e que sempre me pareceu tão carioca tem inspiração nas antigas embarcações do Mississipi. Ou são as mesmas, sei lá. Ninguém não escute a impossibilidade sem ênfase...
... quanta merda despejada na PraçaXV. A começar do Império, quando a corte , limpando as latrinas do Paço, chafurdava na porcaria que nos daria o mercado de peixe e, hoje Mac’donald, contra a perspectiva livre da Baía..."
... quanta merda despejada na PraçaXV. A começar do Império, quando a corte , limpando as latrinas do Paço, chafurdava na porcaria que nos daria o mercado de peixe e, hoje Mac’donald, contra a perspectiva livre da Baía..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário