quarta-feira, 5 de maio de 2010

A República Rubro-Negra na Libertação da América Latina



O futebol tende a produzir consenso. E a dificuldade de analisá-lo.

Ser Flamengo, entretanto, não é um privilégio de classe, está presente significativamente em todos os níveis da estrutura brasileira.

Somos pouco mais ou menos uma República Federativa Rubro-Negra de 40 milhões.

O recorte estrutural, como se vê, não responde perguntas. E aí não há método. História ruim, é certo. Onde estão as contradições?

Parecem diluir-se à esquerda da tribuna todas as diferenças e convergimos a uma uniformidade bem ao gosto da burguesia de chuteiras (com licença do plágio de Nelson Rodrigues, de resto, tricolor).

O Manto Sagrado, agora também em seu batismo azul e amarelo, sabe que a história é o que tem de ser. Sem chance de destino, superstição, mapa astral, ufologia, essas palhaçadas tão a gosto de amarelos, vices, bambis das laranjeiras.

Nossa realidade sempre foi uma síntese de Raça, Paixão e Talento.

Não somos reflexo de um cancioneiro de folclore nem antes de tudo um forte, como queria o grande Euclides da Cunha tentando, generosamente, enaltecer a grandeza do povo contra tudo contra todos.

Somos o povo que toma o Poder todas as semanas à esquerda da tribuna.

Apesar do consenso, as diferenças não são mingau de aveia, e a elite que nos olha pela grade em cima das cabines de rádio tem de aceitar o fato e engolir o Adriano metendo os cornos no Alemão, na Itália, até na província caipira do Dunga.

Acaso ainda acreditam que a Libertadores possa vir de quem vive enclausurado no país, orientado por Neto, Luciano do Valle, Milton Neves, Juca Kfouri?

Sem chance, meus camaradas.

O que houve até agora foram escaramuças, brigas de foice contra o charque, só pra garantir a fronteira.

A libertadores, de fato, ocorreu em 1981.

Falta agora, em 2010, o Flamengo consolidar a Unasul.

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