quarta-feira, 26 de maio de 2010

O que tem a ver com as calças?

Tudo cabe na xepa do contemporâneo: instalações, performances, picaretagens, o diabo. Mas, francamente, o que o e-mail que recebi abaixo, exceto a referência ao Manto, tem a ver com o Flamengo?

"Um filme antigo. Entre o bar e o filme, a claustrofobia, a fotografia estourando do copo e o “travelling” passeando na cena. Na cela, o advogado e o cliente. O recurso do “travelling” usado adequadamente, nas quatro faces da cela, com o advogado visitando seu cliente `as portas do corredor da morte. A câmera exibe a perspectiva. O advogado se prepara, respira fundo, levanta a cabeça. O carcereiro abre a grade. A câmera entra junto com o advogado, que se dirige para o ângulo oposto, para a cama sem nenhum tipo de apoio, presa em balanço, abrigando o corpo estendido do cliente. Este parece morto, mas está catatônico. Sobre sua cabeça, pendente do teto, a camisa do Flamengo, o Manto Sagrado em reverência nada sacrílega. Excederam a solitária e passa quase o tempo todo, dia e noite, na mesma posição em que a câmera, após sair da cela, capta agora, no fluir do seu movimento. Primeira face, segunda face, terceira face. Entra e sai novamente. E é aqui que a solução fica interessante, na quarta face. Sem descontinuidade, a quarta face captada é exibida íntegra, sem que se perceba que houvera sido retirada e a um só tempo colocada, para, respectivamente, a entrada e a saída da câmera. O cliente catatônico que decide falar, o advogado que sabe que cada um deve ser fiel àquilo que lhe é próprio."

Sinistro

Um comentário:

  1. Li e reli, a impressão que o tive foi que no final o corredor da morte se revelaria a saída dos vestiários para o gramado do Maracanão onde o Mengão jogaria mais um clássico.Mas infelizmente não foi o que aconteceu
    Que crime teria cometido esse rubro-negro? Seria ela passional demais?

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